terça-feira, 23 de junho de 2015

A ÚLTIMA ENTREVISTA DE BRUCE LEE


Mestre dos mestres, dragão dos dragões, o maior ícone e mito das artes marciais de todos os tempos, nenhum outro é tão famoso, tão conhecido e tão querido como ele, grande mestre das ciências marciais, lutador invencível, com sua simpatia, alegria, otimismo e sabedoria de viver atraía a atenção de todos ao seu redor, com uma intuição muito sensível, intelectualidade aguçada e muito conhecimento era admirado por todos aqueles que por ele eram ensinados, com uma franqueza e personalidade sem igual representou também no século XX a grande semente plantada cuja obra e os ensinamentos foram a raiz e o tronco para todo esse sistema que hoje é vivido e continuará sendo desenvolvido por mais tempo e tempos como o nível mais avançado provindo direto de um mestre visionário e pioneiro naquilo que sempre fez. Como dizia Tao Izu: “- Quem conhece tão profundamente o caminho é muito misterioso para ser compreendido”, assim como uma chave enigmática aos poucos seus ensinamentos e mensagem aos poucos foram sendo desvendados por todos os interessados em artes maciais e estudiosos do caminho, estou falando de Bruce Lee (Jun Fan Lee). Neste post publicarei exclusivamente a última entrevista realizada por ele onde com sua franqueza e extrema sinceridade Bruce esclarece aos fãs algumas questões sobre sua pessoa, vida e fama. Espero que gostem, com muito carinho aos meu leitores, Tiago Mendonça e Silva - TAO.








Entrevistador: - Bruce, agora que você se tornou o personagem “Durão” das telas, você deve sofrer o que todos os personagens durões do cinema sofrem – desafios de exibicionistas e provocadores. Isso já começou a acontecer com você, não? 

Bruce Lee: - Sim, já.


Entrevistador: - Como você reage a isso?

Bruce Lee: - Quando eu comecei a aprender artes marciais, também desafiei muitos instrutores estabelecidos. Mas o que aprendi é que desafiar alguém significa uma coisa... ou seja: “qual sua reação a isso? Como isso lhe afeta?” se você estiver seguro de si mesmo levará isso despreocupadamente (ou não dará importância a isso) porque você perguntará a si mesmo: “tenho dúvidas de que esse homem conseguirá bater – me (surrar – me ou matar – me?)” e se não tenho tais dúvidas nem tal temor, certamente não darei importância a isso, tanto quanto hoje a chuva pode cair muito forte, mas amanhã o sol surgirá novamente.


Entrevistador: - Mas eles nunca perdem realmente... mesmo se você vencer eles ganham publicidade.


Bruce Lee: - Bem, vamos encarar isso. Em Hong Kong hoje você pode ter uma luta... quero dizer, uma luta vale tudo? É algo legal? Não é. E quanto a mim, sou sempre o último a saber sobre esses desafios; homem quero dizer, sempre fico sabendo pelos jornais, repórteres... antes que eu entenda que diabo está acontecendo.

Entrevistador: - Bruce, você ensinava artes marciais nos Estados Unidos e dois dos seus alunos foram James Coburn e Steve Mc-Queen. Você os acha caras durões tal como os personagens que representam na tela?


Bruce Lee: - Não, antes de tudo, James Coburn não é um lutador. Aficionado ... sim! Ele é realmente um rapaz Super. Amável. Além do que um homem muito pacífico. Ele aprende artes marciais porque ele acha isso como um espelho para refletir a si mesmo.
Pessoalmente creio em todo tipo de conhecimento – não importa o que é – em último caso significa autoconhecimento. E é isso que ele busca. Agora Steve... Steve é muito irrequieto, Steve é muito nervoso. Ele poderia ser um artista marcial muito bom. Mas espero que as artes marciais possam esfria – ló um pouco... talvez tornando-o um pouco mais maturo (brando) e mais pacífico... como James.


Entrevistador: - você acha que está conseguindo isso... que ele está aprendendo algo?


Bruce Lee: - Não, definitivamente ainda não. Primeiro porque devido a seu trabalho com filmagens e roteiros ele não pode tomar aulas em fases regulares. E em segundo lugar, porque ele continua no nível ainda de apreciar isso (ou desfrutar disso) como um excitamento, como sua moto, seu carro esportivo... alguma forma de soltar sua... o que quer que seja... raiva... como quer que você chame isso.


Entrevistador: - Quanto de seus personagens cinematográficos você realmente é? Você ensina artes marciais, mas muitas vezes professores não são os melhores expoentes. Você é capaz de proteger a si mesmo? Você diria?


Bruce Lee: - Responderei antes com uma pilheria, se você prestar atenção. Por todo o tempo as pessoas veem a mim e dizem, “hei, Bruce, você é realmente tão bom?” Eu digo, bem... se eu lhe disser que sou bom provavelmente você dirá que sou um fanfarrão, mas eu lhe disser que não o sou, você saberá que estou mentindo, okay? Para ser sincero com você... deixe – me por neste termos, não temo nenhum oponente à minha frente, sou muito bem auto - suficiente a ele, não me incomodam. Devo lutar? Devo fazer algo? Se eu decidir, baby, é melhor você me matar antes....


Entrevistador: - Em “The Big Ben você representa o papel de um homem  que custa  muito a lutar, fica fora de lutas no início devido a uma promessa que fez à mãe. É um pouco de você?


Bruce Lee: - Isso é definitivamente uma personalidade de um filme porque como pessoa uma coisa que aprendi em definitivo na vida – uma vida de auto – exame – auto análise (preliny) parte por parte, dia a dia é que eu tenho um mau temperamento... um temperamento violento de fato. Portanto, aquilo é uma personalidade cinematográfica, uma pessoa que estou representando e não Bruce Lee como ele é.


Entrevistador: - Além de ser um enorme sucesso financeiro – rendeu mais que qualquer outro filme feito em Hong kong – “The big Bem” mostra algumas cenas muito explícitas de sexo, não? Qual sua reação em estar numa cama com uma adorável jovem estrela em frente à toda equipe do estúdio? Aborreceu você? Intimidou você?


Bruce Lee: - Bem, certamente não me intimidou, não posso mentir! Está certo desde que o script  justifique isso. Mas eu definitivamente não concordo em colocar algo assim apenas pela coisa em si porque é uma exploração... e não gosto. Por exemplo, quando comecei a filmar “The Big Ben” a 1ª pergunta que se fazia era quantos mil pés (metros) de filme seriam precisos. Minha reação é antes de tudo, porque devo começar a lutar? Vê o que estou dizendo? Parece ser a moda, o que acontece agora... eles procuram por sexo, sangue... apenas pelo sexo em si e apenas pelo sangue em si!


Entrevistador: - Uma pergunta sobre o filme... na ocasião em que você decide partir para a vingança... obviamente o que leva ao clímax do filme... você subitamente sai e faz amor com uma amiga num bordel. Qual é a motivação para isso?


Bruce Lee: - Bem, o modo como vejo isso... isso foi uma sugestão do diretor. Aceitei por este prisma: O personagem sendo um homem muito simples, ao decidir subitamente ir para morrer... matar... ou ser morto, certo? É complacente tal coisa num ser humano... que um pensamento simplesmente ocorra como, bem, como uma básica necessidade de um ser humano que possa desfrutar de algo antes de morrer... como uma complacente atitude, é apenas uma... ocorrência, entende?


Entrevistador: - Penso que concordará comigo, Bruce, que uma das coisas que limitou a atenção dos filmes chineses no passado é que é muito difícil encontrar um ator chinês que possa atuar... atuar num estilo ocidental, quero dizer.


Você parece ter cruzado a barreira. Como você acha que ter alcançado isso? Você acha que tem algo a ver com o tempo que passou nos Estados Unidos?


Bruce Lee: - Oh sim! Realmente foi. Quando comecei, fiz a série de TV – the Green Hornet (O besouro verde) em 1965 e conforme eu olhava ao meu redor, homem, eu via um monte de seres humanos e conforme eu olhava mesmo, eu via que eu era o único robô ali. Eu não estava sendo eu mesmo, e estava tentando acumular segurança externa... técnica externa... o modo de mover meu braço e assim por diante, mas nunca me perguntava o que Bruce Lee tinha feito se tal coisa acontecesse a ele.
Quando olho ao meu redor sempre aprendo algo... e é ser a si mesmo! É expressar – se a si mesmo! Ter fé em si mesmo! Não sair por aí buscando uma personalidade de sucesso e copia – lá. Não! Parece – me que é o que está acontecendo em Hong Kong sempre copiam maneirismos, nunca partem da própria raiz de si mesmos, de seus próprios seres... isto é....  “Como posso ser eu mesmo?”. Vê? Nunca acredito na palavra astro. Isso é ilusão, homem. Algo de que o público chama você.
Quando você se torna famoso, é muito fácil ser enceguecido por todos os acontecimentos. Todo mundo aparece e lhe chama “S.r. Lee”, se você tem cabelos compridos eles todos dizem “hei, cara! É a moda! É estar por dentro! “mas se você não tem nome, todos eles dizem, “olhem esses repugnantes delinquente juvenil”.
Quero dizer, pessoas demais estão “sim, sim, sim” pra você o tempo todo, assim a menos que você entenda o que a vida realmente é a menos que você entenda que espécie de jogo está acontecendo, percebendo que isso é um jogo... aprazível e açucarado, tudo bem. Mas muitas pessoas tendem a ser enceguecidas por ele porque as coisas são repetidas tantas vezes que você acaba crendo nelas e isso se torna um hábito.


Entrevistador: - Seu pai advertiu – o sobre as más coisas do show business. Você os encontrou também?


Bruce Lee: - Naturalmente.


Entrevistador: - Você parece ter saído delas admiravelmente bem.


Bruce Lee: - Deixe por nestes termos. Para ser honesto, não sou tão mau quanto á maioria das pessoas, mas definitivamente não sou um santo.


Entrevistador: - Voltando ao assunto luta, com que estilo você está mais identificado – Karatê, Judô, Boxe Chinês e assim por diante – Qual você acha mais efetivo?


Bruce Lee: - Minha resposta a isso é: não existe tão coisa como “seguimento efetivo de uma totalidade”. Com isso quero dizer que pessoalmente não creio na  palavra ‘estilo”. Por que? Porque a menos que haja seres humanos com 3 braços e 4 pernas, a menos que você tenha outro grupo de seres humanos que sejam estruturadamente diferente de nós poderia haver um estilo diferente de luta; Por que isso? Porque temos 2 braços e 2 pernas. O importante é como podemos usa – lós em seu máximo, em termos de conduta, linhas retas, linhas curvas, para cima, linhas circulares, podem ser lentos, mas dependendo das circunstâncias pode não ser tão lento.

Fisicamente, como posso eu ser tão bem coordenado? Isso significa que você precisa ser um atleta – correndo e praticando todos esses ingredientes básicos. Certo? E depois disso tudo, você pergunta a si mesmo – como pode você honestamente expressar você mesmo nesse momento? E ser você mesmo, quando você dá um soco, você realmente quer dar um soco, não está tentando dar um soco porque está tentando evitar ser atingido – isso não importa – mas realmente estar nele e expressar a você mesmo. O mais importante para mim é como no processo de aprender como usar meu corpo, vir a compreender a mim mesmo? Agora o triste é que há boxe que usa as mãos, Judô que usa arremesso – não os estou depreciando, veja bem! Mas estou dizendo que o mal é que por causa dos estilos as pessoas estão separadas. Não estão unidas porque os estilos tornam – se LEI, homem. Mas o fundador original de um estilo partiu de hipóteses, mas agora isso se tornou verdade evangélica e as pessoas tornam – se produtos disso. E não importa quem você é, como você é, como você está estruturado, como você é constituído, como você é feito... Isso não importa você apenas torna-se um produto e isso pra mim não está certo!”.