O Velho está
alegre, cheio de lágrimas, cantando e sorrindo, empolgado!
- Agora vou ter
a Verdade.
Abriu o baú
atentamente e vagarosamente, ao olhar para dentro do baú:
- Há apenas um
espaço vazio, não há nada;
- Não há Deus
nem satã;
- Não há crença
nem descrença;
- Não há
sabedoria, nem ciência, nem valor, nem modo, forma ou meio de vida algum;
- Não há vida,
não há morte, não há felicidade nem infelicidade, nem paraíso nem inferno;
- Não há
pensamentos, nem sensação, não há palavras, nem matéria nem espírito;
- Não há meio
termo, nem mesmo caminho do meio;
- Não há nem o
zero, nem o tudo nem o nada;
- Não há nada,
nada mesmo, nem vazio absoluto.
O Baú é uma lenda. O velho é uma lenda. A
história é uma lenda.
Tudo é uma lenda contada de outra lenda, isso mesmo, bela metáfora... síntese do niilismo mesmo.
ResponderExcluirMagnífico, encantador, sem palavras para descrever esse post aqui, você é o pensador do indizível.
ResponderExcluirO blogueiro retratou em uma pequena historinha o que matemáticos retratam em cálculos, deuses retratam em formas e símbolos para o baixo entendimento dos humanos e o que Nieztche, Shopenhauer etc retratou em textos filosóficos. Adorei isso aqui, fascinado, muito admirado, coisa de gênio mesmo, escreve sob as linhas em outras linhas.
ResponderExcluirSerá que o niilismo é um axioma do pensamento? A Filologia entra como única promessa de explicar tudo, já que a religião, filosofia, ciência, mitologia... tudo falhou, já foi feito de tudo, já vimos de tudo e ainda continuamos aqui do mesmo jeito, nada explicou nem mudou o mundo até agora, com isso a semântica existe como único meio de explicar tudo, todo o resto falhou, o pensamento falhou e não explica o homem. Por isso os filólogos, semânticos se orgulham tanto por serem os seus sistemas únicos capazes de dar algum aluz, tudo é língua, escrita, nada passa disso, tudo termina nisso, acaba dando nisso sempre, história, filosofia, ciência, religião, esoterismo, então o niilismo vem como forma de vingança colocando a semântica também como mais um valor que no final das contas não deixa de ser o próprio homem também, falhando igual todas as outras coisas.
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